terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Fábio Liberato

Nosso Café recebe o escritor  Fábio Liberato, autor do livro 'Catadores e poder público em Belo Horizonte'

Seja bem vindo Fábio!

Fábio é formado em História pela UFMG e mestrando em Educação Tecnológica pelo CEFET-MG. Atua como professor da educação básica em Sabará-MG e pesquisador nas áreas de gênero, história oral e história ambiental. 


J.M.:Quem é Fábio Liberato?

F.L.:Bem, tenho 27 anos e sou professor de História. Gosto muito de ler, sair com meus amigos e com a minha namorada além de acompanhar os jogos do meu time do coração, o Cruzeiro.

J.M.: Conte-nos sobre o livro “Catadores e poder público em Belo Horizonte”.
F.L.: Essa foi a minha monografia para conclusão do curso de História na UFMG em 2012. Foi uma pesquisa que me envolveu muito e, além disso, é uma temática bastante relevante no momento atual em que se fala muito sobre o mercado da reciclagem.


J.M.: O tema sugerido no livro é baseado na realidade da nossa sociedade; o que o despertou para esse assunto?

F.L: Entre 2010 e 2012 trabalhei no Centro de Memória da Superintendência de Limpeza Urbana de Belo Horizonte. Eu participei da organização do acervo do local, além de cobrir vários eventos e fiscalizações do órgão como fotógrafo. Dessa forma me aproximei muito do trabalho dos funcionários da instituição (muitos com mais de 20 anos de experiência) e dos catadores, conhecendo suas histórias de lutas por dignidade e pela preservação do meio ambiente.



J.M.: Por que preferiu escrever sobre fatos reais á ficção? Sua formação acadêmica o incentivou, ao invés de criar histórias optar por desenvolver a própria história?

F.L.: A possibilidade de escrever um romance me encanta. No entanto nesse momento eu preferi investir na escrita acadêmica. O envolvimento com a temática foi muito forte e achei que deveria divulgá-la de forma mais ampla. Mas planejo em breve dar esse passo rumo à ficção. Possivelmente seria uma história que explorasse bastante o ambiente urbano.

J.M.:Essa profissão “catadores de material reciclável” apresenta relevância social e ambiental, porém não têm o merecido respeito e a atenção por parte dos poderes públicos e da sociedade. O que o autor sugere como transformação dessa realidade?

F.L.: A palavra de ordem é educação. Nas escolas os programas de educação ambiental deveriam ser mais consistentes. Outra questão importante seria o reforço de campanhas de conscientização para a população adulta por meio rádio, televisão, jornais, internet e também de visitas porta a porta.

J.M.: Parabéns  Fábio pelo livro! Muito obrigada por sua entrevista ao “Um Café e Um Livro”.  Sucesso e boa sorte!

Obrigada a todos que visitam o Blog Divulga Autor. Confiram o livro 'nos links abaixo!





Devorem os livros, mas não como o Chaves, personagem do recém falecido Roberto Bolaños. Leiam de tudo, não se fechem para nada. Quantas vezes eu iniciei uma leitura que parecia chata e que acabou mudando a minha vida. A leitura abre portas, nos leva a lugares maravilhosos, nos convida a ser um outro... enfim, é uma atividade maravilhosa. Pratiquem!












A organização social dos catadores

A ocupação de catadores existe, informalmente, há pelo menos 50 anos no país. Ao longo dos
anos, esses profissionais foram percebendo que eram muitos, embora espalhados pelo Brasil a
fora. Foram também tomando consciência da importância do seu trabalho. Começaram a se
organizar e a reivindicar espaço social, político e econômico.
Em 1999, foi criado o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), que
abriu novas perspectivas para a categoria no país. Hoje, está o MNCR presente em praticamente
todo território nacional por meio de 600 bases, entre associações e cooperativas, e de 85 mil
catadores organizados.
O Movimento busca a valorização dos catadores de recicláveis, bem como sua organização e a
autogestão (prática econômica em que os trabalhadores são os donos das ferramentas e
equipamentos de produção). Defende a coleta seletiva e o pagamento do trabalho prestado à
sociedade, uma vez que, segundo o MNCR, está provado que o serviço dos catadores é mais
eficiente na coleta seletiva que os caminhões e aparatos do setor privado.
No entanto, a profissão de catador se formalizou num período de grandes mudanças no mercado
de trabalho brasileiro, que resultaram numa diminuição do nível de emprego e dos postos formais
de trabalho. Isto fez com que várias profissões desaparecessem, e outras fossem redefinidas ou
emergissem. Assim, em 2001, com o Código Brasileiro de Ocupações (CBO), esses profissionais
foram reconhecidos como "pessoas que vivem e trabalham, individual e coletivamente, na
atividade de coleta, triagem e comercialização de materiais recicláveis".
O passo seguinte foi a organização destes profissionais. Assim, nos últimos anos, estimuladas pela
Economia Solidária, as cooperativas de catadores tornaram-se uma boa alternativa de renda para
milhares de catadores. Cada vez mais profissionalizadas, muitas cooperativas têm obtido
importantes conquistas, assegurando aos catadores melhores condições de trabalho e
oportunidade para a conquista de uma vida mais digna. 

Políticas Públicas de Estímulo à Reciclagem

A inclusão social dos catadores de material reciclável tem de contar com o apoio de todas as
esferas de governo para que possa realmente se efetivar. A socióloga e coordenadora-executiva
do Instituto Polis, Elisabeth Grimberg, afirma que as prefeituras são fundamentais neste processo.
“O poder público municipal terá que investir e coordenar todo o processo e implantar tecnologias
voltadas para a reciclagem e coimplementar processos de integração dos catadores, associações e
cooperativas”, afirma.
Na área federal, existem algumas iniciativas que visam apoiar os catadores. Em 2003, foi criado o
Comitê Interministerial de Inclusão Social de Catadores de Materiais Recicláveis (CIISC). O órgão
acompanha, avalia e monitora semestralmente o processo de Coleta Seletiva Solidária (previsto
no Decreto 5.940/06), por meio do qual os resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e
entidades da Administração Pública Federal, direta e indireta, são separados e destinados às
associações e cooperativas de catadores.
Com a criação do CIISC foi instituído o Programa Pró-Catador, com a finalidade de integrar e
articular as ações do Governo Federal voltadas ao apoio e ao fomento à organização produtiva dos
catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, à melhoria de suas condições de trabalho, à
ampliação das oportunidades de inclusão social e econômica, e à expansão da coleta seletiva de
resíduos sólidos, e também da reutilização e da reciclagem.
Em 2007, o Comitê estruturou sua Secretaria Executiva, que apoia o trabalho de sensibilização dos
servidores e a organização da coleta seletiva nos prédios federais. O CIISC atua, ainda, por meio de
grupos de trabalho dedicados a temáticas como Serviços Ambientais Urbanos, Previdência
Especial, Educação, Geração de Trabalho e Renda, Resíduos Sólidos do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) e Criança no Lixo Nunca Mais.
O Comitê é coordenado pelos ministérios do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e
das Cidades (MCidades), e integrado pelos ministérios do Meio Ambiente (MMA), do Trabalho e
Emprego (MTE), da Ciência e Tecnologia (MCT), do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (Mdic), da Fazenda (MF), da Educação (MEC) e da Saúde (MS), além da Casa Civil, da
Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH), da Caixa Econômica
Federal (CEF) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Também, em 2007, foi sancionada a lei 11.445, que estabelece as diretrizes nacionais para o
saneamento básico e permite que as prefeituras contratem as organizações de catadores para
fazer o trabalho de coleta seletiva. Com isso, as cooperativas podem atuar de forma profissional.
Outra iniciativa, que está sendo conduzida pelo MMA em parceria com o Ipea, é um programa de
pagamento por serviços ambientais urbanos. Num primeiro momento, o foco é reciclagem e os
serviços prestados pelos catadores de materiais recicláveis. O objetivo é o desenvolvimento de
metodologia para valoração dos serviços ambientais prestados pela reciclagem, como subsídio
para formulação de políticas públicas e redução da volatilidade dos preços dos materiais
recicláveis, com alcance social para os catadores.
Além disso, vários estados e municípios estão implementando programas próprios. O Diagnóstico
do Manejo de Resíduos Sólidos de 2009, realizado pela Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, apontou que a participação das associações de catadores com apoio da prefeitura na
coleta seletiva ocorre em 30% das cidades brasileiras.

Fonte:

http://www.mobilizadores.org.br/wpcontent/uploads/2014/05/cartilha_oficina_inclusao_social_de_catadores.pdf










Entrevista cedida a: Jéssica Morgan

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